*Tb publicado no jornal Gazeta de Alagoas, de 07/8/2014, p. A4., e nos sítios do PCdoB-AL e Pragmatismo Político
Em apenas 25 dias, cerca de 1500 palestinos mortos e
10.000 feridos, 80% de crianças, mulheres e idosos. Milhares de lares,
hospitais, escolas (inclusive a da ONU), mesquitas, igrejas destruídos. Aterroriza-me,
sem trocadilho, imaginar a quantas estará o desastre quando esta crônica for
publicada. Do lado de Israel, e depois da ofensiva terrestre, morreram pouco
mais de 60 pessoas, 90% soldados.
Busca-se dizimar 1,7 milhão de gente miserável e
desarmada, espremida numa faixa de terra de pouco mais de 350 km², de quem
Israel — filhote assassino do império bélico estadunidense, que o apoia e o transformou
na máquina de guerra ironicamente tão cruel quanto a nazista que os vitimou em
meados do séc. passado — tomou quase tudo, inclusive a vida de sua população
indefesa. Não há honra, não há lealdade, não há compaixão. Apenas ódio insano, ao
cínico pretexto de combater-se o “terrorismo” do Hamas.
Fotos de crianças dilaceradas pelas poderosíssimas
armas de guerra pululam nas redes sociais chocando até o mais insensível dos
seres. Famílias inteiras, ou a maioria de seus membros, mortas. Milhares de
ataques, 1/3 deles por mísseis, 2/3 por bombas. Dá pra imaginar o terror?
O governo brasileiro condenou veementemente os
bombardeios israelenses com o uso desproporcional da força, além de ter chamado
de volta ao Brasil para consultas o seu embaixador em Tel Aviv. O governo
israelense, insolente e escancarando a sua pequenez, respondeu que
desproporcional é perder um jogo por 7x1. Também chamou o Brasil de “anão
diplomático”. O min. das Rel. Exteriores do país, por sua vez, respondeu que o
“Brasil não usa termos que desqualifiquem governos de países amigos”, donde não
teria “como comentar isso.” Mas lembrou que o Brasil é um dos únicos “11 países
do mundo a ter relações diplomáticas com todos os membros da ONU” — “quando
falamos somos ouvidos” —, além de incontestável histórico de cooperação pela
paz internacional, donde se haveria algum “anão diplomático” não seria o país dos
brasileiros. Graça Aranha deve estar revirando no túmulo.
No último dia 23 a ONU (até ela, sempre tão omissa)
aprovou a criação de comissão internacional para investigar os ataques à
Palestina. 29 países votaram a favor, 17 abstiveram-se (Alemanha, França, Reino
Unido e Japão entre eles) e apenas um foi contra. Um doce para quem adivinhar quem.
E outro para quem souber qual a revista semanal que condenou a atuação
política do governo do Brasil no episódio.
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